segunda-feira, 22 de junho de 2009

ENEM, INDEB e ETC

Ok, vamos deixar de lado o humor um pouco. Vamos tentar analisar os fatos...
O ENEM passará por uma reformulação. Ele terá peso maior, muito maior, no processo seletivo [mais conhecido como vestibular] de 55 universidades públicas federais. Aplicando isto a nossa proximidade, teremos 10% de participação do ENEM no vestiba da UFPR enquanto a UTFPR/CEFET adotará o ENEM como fase única.
As intituições de ensino superior tem livre e espontânea vontade de utilizar o ENEM da maneira que quiserem... desde que utilize o ENEM!!! Há 4 possibilidades de adoção: Fase Única; 1ª Fase; Combinado com o vestibular da Instituição; Fase Única para Vagas Remanescentes.
O objetivo da mudança seria a descentralização e reestruturação dos currículos do ensino médio.
A metodologia do ENEM também sofreu alterações. A prova terá 200 questões, 50 para cada área (Linguagem/Redação, Ciências Humanas, Ciências Naturais e Matemática) sendo distribuída em 2 dias para realização da prova.
Ok, fatos apresentados. Agora redistribuição encefálica:
Você que realizou a prova do ENEM sabe do grau de dificuldade ridículamente fácil que costumava ser. Resgatei do fundo de minha gaveta-porta-tudo-quanto-é-papel-velho-entre-outras-tranqueiras o meu resultado do ENEM 2007. Sem o mínimo esforço, sem estudo prévio, obtive média de 84,13 nas questões objetivas. A média nacional foi de 50,982! Agora eu pergunto, como que aplicar o ENEM ao processo seletivo vai descentralizar? As falhas no sistema público de ensino são tão evidentes que estou sendo um clichê neste momento. Não importa se a prova continuará sendo ridiculamente fácil ou complicada pra dedeu [dedéu perdeu acento], alunos de escolas particulares continuarão com vantagem. Último clichê, prometo: reestruturação deve ser feita nas bases escolares públicas.
Aproveitando o tema, pensemos sobre o INDEB (Instituto de Divulgação Educacional Brasileiro). Para aqueles que se lembram, propagandas do INDEB podiam ser vistos a certo tempo atrás... Começou mostrando dados estatísticos [baixos, evidente] do estado da educação brasileira, comparando com de países desenvolvidos. O INDEB pode não ter dados muito otimista, mas tem um excelente departamento de marketing! Utilizando voz suave, a locutora, junto com efeitos especiais e gráfico tendencioso, indica a evolução da educação brasileira. Tal evolução engatinha, estamos muito abaixo do valor estipulado e o gráfico tendencioso mencionado antes faz com que a diferença pareça desprezível. Não é. Em segunda propaganda, o INDEB anuncia apostila preparatória para a Prova Brasil. Apostila preparatória?! Tudo que precisavamos, outra mascaração do problema. O que o Brasil quer são dados otimistas. Querem que outros países olhem com confiança no Brasil, que estamos evoluindo, que somos dignos de receber investimentos externos [ahá, achamos o ponto principal]. Investimentos externos que não serão revertidos na educação pseudo-otimizada. A apostila não quer que os alunos aprendam, ela quer que os alunos decorem o máximo possível para realizar a Prova Brasil. Aposto que a Prova Brasil consegue superar o ENEM em facilidade!
Enfim, pararei por aqui para não chegar ao 3º clichê do post.
Ninguém deve ter lido isto até o final, mas enfim, o objetivo primário do blog era poder me expressar. O fiz.

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